Bom dia, meus amigos,
Esse mês fui a um chá de fraldas da
minha amiga Estéfani! Ela está esperando uma menina que se chamará Maitê.
Aí me lembrei da história da cadeirante
Priscila Aprígio da Silva que em 2009 foi vítima de uma bala perdida
em um ponto de ônibus na Av. Ibirapuera (zona sul de São Paulo) durante assalto
a uma agência bancária e ficou paraplégica. Hoje, aos 17 anos, Priscila tornou-se
mãe de Riquelme Aprígio. O menino nasceu saudável, com 3,5 kg e 51 cm.
A gravidez que foi descoberta apenas no terceiro
mês, não foi planejada por
Priscila e pelo namorado. Apesar disso, Priscila diz estar muito feliz:
"Realizei o sonho de qualquer cadeirante mulher. Nossa principal dúvida é
se vamos engravidar e eu nem precisei de nada especial pra isso".
Segundo
o membro da Comissão de Reprodução Humana da Federação Brasileira das Sociedades
de Ginecologia e Obstetrícia, Mário Cavagna, a gravidez de cadeirantes é
arriscada e, por isso, exige atenção. O principal problema é desenvolver
infecção urinária.
"Para
deficientes, esse risco aumenta, pois elas ficam sentadas por muito tempo e têm
dificuldades de controlar a bexiga. Senão for tratada, a infecção pode levar ao
aborto, ao parto prematuro e até se alastrar para o rim, causando morte",
explica Cavagna.
O
médico também ressalta que alterações no sistema de circulação do sangue, comuns
em gestantes, podem ser mais graves para as deficientes, aumentando o risco de
trombose e inchaço nas pernas.
A
fisiatra do Instituto de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas de
São Paulo, Midory Namihira, lembra que algumas cadeirantes não têm
sensibilidade sacral. Segundo Namihira, isso aumenta o risco de partos
prematuros, pois a gestante não tem percepção de dor e contrações. "No
parto e durante a gravidez, é fundamental ficar atento a essas contrações. Se
não forem controladas, o sistema nervoso autônomo pode responder com aumento da
pressão arterial, que pode levar ao AVC ou enfarte", alerta a fisiatra.
"Não
é porque há riscos que a gestação é contra-indicada. Toda mulher tem o direito
de ter filhos. Basta planejar", conclui Cavagna.
Opção
por maternidade exige consciência das limitações.
Segundo Miriam Waligora, para ter um filho, é necessário que o casal tenha
vontade e comprometimento, independente da mulher ser cadeirante. As limitações
não impedem a maternidade e fazem da nova mamãe uma vencedora.