O texto abaixo foi
escrito por Leticia Oliveira eu o li
e achei muito interessante, me vi em várias situações que nele é relatado. Acho
que vocês vão gostar.
SER CADEIRANTE…
Ser cadeirante é ter
o poder de emudecer as pessoas quando você passa…
Ser cadeirante é não
conseguir passar despercebido, mesmo quando você quer sumir! E ser
completamente ignorado quando existe um andante ao seu lado. E isso não faz
sentido, as pernas e os braços podem não estar funcionando bem, mas o resto
está!
Ser cadeirante é
amar elevadores e rampas e detestar escadas… Tapetes? Só se forem voadores, por
favor! Ser cadeirante é andar de ônibus e se sentir como um “Power Ranger” a
diferença é que você chega ao ponto e diz: “é hora de MOFAR”.
Ser cadeirante é ter
alguém falando com você como se você fosse criança, mesmo que você já tenha
mais de duas décadas.
Ser cadeirante é
despertar uma cordialidade súbita e estabanada em algumas pessoas. É engraçado,
mas a gente não ri, porque é bom saber que ao menos existem pessoas tentando
nos tratar como iguais e uma hora eles aprendem!
Ser cadeirante é
conquistar o grande amor da sua vida e deixar as pessoas impressionadas… E
depois ficar impressionado por não entender o porquê do espanto.
Ser cadeirante é ter
uma veia cômica exacerbada. É fato, só com muito bom humor pra tocar a vida, as
rodas e o povo sem noção que aparece no caminho.
Ser cadeirante e
ficar grávida é ter a certeza de ouvir: “Como isso aconteceu?” Foi a cegonha,
eu não tenho dúvidas! Os pés de repolho não são acessíveis! Ser cadeirante é
ter repelente a falsidade. Amigos falsos e cadeiras são como objetos de mesma
polaridade se repelem automaticamente.
Ser cadeirante é ser
empurrado por ai mesmo quando você queria ficar parado. É saber como se sentem
os carrinhos de supermercado! Ser cadeirante é encarar o absurdo de gente sem
noção que acha que porque já estamos sentados podemos esperar, mesmo!
Ser cadeirante é uma
vez na vida desejar furar os quatro pneus e o step de quem desrespeita as vagas
preferenciais.
Ser cadeirante é se
sentir uma ilha na sessão de cinema… Porque os espaços reservados geralmente
são um tablado ou na turma do gargarejo e com uma distancia mais que segura pra
que você não entre em contato com os outros andantes, mesmo que um deles seja
seu cônjuge!
Ser cadeirante é a
certeza de conhecer todos os cantinhos. Porque Deus do céu, todo mundo quer
arrumar um cantinho para nós?
Ser cadeirante é ter
que comprar roupas no “olhômetro” porque na maioria das lojas as cadeiras não
entram nos provadores Ser cadeirante é viver e conviver com o fantasma das
infecções urinárias. E desconfio seriamente que a falta de banheiros adaptados
contribua para isso.
Ser cadeirante é se
sentir o próprio guarda volumes ambulante em passeios pelo shopping Ser
cadeirante é curtir handbike, surf, basquete e outras coisas que deixam os
andantes sedentários morrendo de inveja. Ser cadeirante é dançar
maravilhosamente, com entusiasmo e colocar alguns “pés-de- valsa” no bolso…
Ser cadeirante é ter
um colinho sempre a postos para a pessoa amada… E isso é uma grannndeeee
vantagem! Ser cadeirante (e mulher) é encarar o desafio de adaptar a moda pra
conseguir ficar confortável além de mais bonita.
Ser cadeirante é se
virar nos trinta pra não sobrar mês no fim do dinheiro, porque a conta básica
de tudo que um cadeirante precisa… Ai… Ai… Ai… Essa merece ser chamada de
Dolorosa.
Ser cadeirante é
deixar um montão de médicos com cara de: “e agora o que eu faço” quando você
entra pela porta do consultório… Algumas vezes é impossível entrar, a cadeira
trava na porta…
Ser cadeirante é
olhar um corrimão ou um canteiro no meio de uma rampa, ou se deparar com rampas
que acabam em um degrau de escada e se perguntar: Onde estudou a criatura que
projetou isso? Será mesmo que estudou?
Ser cadeirante é ter
vontade de grudar alguns políticos em uma cadeira por um dia e fazer com que
eles possam testar os lugares que enchem a boca pra chamar de acessíveis…
Ser cadeirante é ir
à praia mesmo sabendo que cadeiras + areia + maresia não são uma boa
combinação! Ser cadeirante é sentir ao menos uma vez na vida vontade de sentar
no chão e jogar a cadeira na cabeça de outro ser humano.
Leticia Oliveira
Muito bom o texto!
ResponderExcluirTe identificou??
Beijos,
Ká
www.kakafenster.blogspot.com
Também gostei do texto, algumas coisas sim Kah.
ExcluirBeijos
"Ser cadeirante é uma vez na vida desejar furar os quatro pneus e o step de quem desrespeita as vagas preferenciais." Adorei essa parte, texto muito legal.
ResponderExcluirhehehe... sim tem que ter sempre um lado cómico, se não dá.
ExcluirMuiito legal esse texto!!
ResponderExcluirSe bem que, mesmo não sendo cadeirante, eu sempre tenho vontade de furar os 4 pneus dos carros de quem não respeita as vagas preferenciais... hehehe
Parabéns pelo blog, gata, ta cada dia melhor!
Oi Dani, muito bom mesmo o texto.
ExcluirE é verdade mesmo, as vezes da vontade!
Beijos